Antigos Engavetados

sábado, 25 de junho de 2016

Paixão Nº1

Meu garoto especial,
Não pensemos no que for,
Se o importante é o que fará,
Quero trazer a realidade
Refletida na chapa do amor

Sei que pensas,
Sou fatal,
Conduzir-nos sem  pudor
E até palavras arranjar, 
Pra resumir a intenção 
Por algo arrebatador.

Mas agora, só por agora
Esqueceria as outroras
E sem apreciar mais nada, 
Aqui a ti, 
Nessa madrugada
Cumpriria o gesto do amor.

Ariana Prestes, 
Porto Alegre. Inverno 2015

Mantenho a Memória de Ti


Prefiro a memória de ti, 
Por seres eterno no infindo lago das dimensões possíveis 
O que compreende minha vastidão.
Em todo longínquo céu inevitável, 
Não haverá equilíbrio viável
Que me defenda da intransmutável 
Proteção que preciso do que deixaste visivel

nessa distancia sua empreitada é fácil oscilar 
Mas não fenecerei em vão...
Criada em minha percepção,
Pois premissas da paraíso ou não 
Transitam aqui de devagar


Cobrirei-me da memória de ti, 
Como escudo anti cometas
Amuleto enérgico pela verdade 
Provida na essência de nossos instantes.

Impressão grandiosa tua em mim, 
Contrapondo o quão incomunicável compreendo-me agora,
Na alma sinto o ferver 
E a esperança de não viver
 O inalcançável até o fim, 


Cultivo com gosto e sobriedade
Todo os momentos em que disposto
Deus deu-me almas sensíveis
E rodeada por seres bons
Vou seguir na solidão
Por minha alma que ainda vive.

Diotima Renard
Porto Alegre,
2015


República


O que por ti me encantara,
Nesse diferente tranco,  
Como nunca notara,
Aprecio a cada canto.

Urge
Tudo o que ressalve, 
Estes passos que em auge
Ousa embalo que ninguém vê

Conduz-me Deus
A esta mensagem
Oh, quão afável  imagem
E a comoção que é te ter

Verde musgo vindo à vida. 
Teus portões e a Beladona 
Seus jardins em tons cinza
A cidade que encandeia.

Quase é quem soube ser
Tido um fino e modesto espasmo
Deste feito admirável, sente,
Vem do meu querer,

Minhas dádivas, 
Memórias 
Minhas fontes irrisórias 
Deste encontro valorizo 
Todo feito em ardor.

Pois se a sina é esquecer, 
Esqueço e encontro-me no meio 
Duma rua sem receio,
Onde a
 vida me presenteia.

E esquecerei sem alarde.. 
Mas não de ti
Nem da árvore,
Com seus canteiros em flor,
Suvenires de realidade.

Esquecerei do breve vento 
Que ousei ao firmamento
Provar com gosto e vontade
Uma tristeza do amor, 

Pra trazer ao meu destino
Mudar abstrato caminho
Oh, só tu
Passagem em cor...

Gratitude pelo carinho
Poder esquecer um pouquinho
A solidão que fez um ninho
Vivendo vida em meu interior.

Diotima Renard
Porto Alegre
2015



O peito de um outro cão



Fato importante surge e digo, historia excepcional
Com grandioso coração
Emblemática demanda
Expressão, velocidade, escuridão
Em nú abrigo acolhida, a chance tida anormal
– Um portal. 
Cães correspondem meu chamado, conduzindo-me aos algures... 
Pois é, tudo isso e tal, - condenei à opressão
Desenho de que era feito o infortúnio
O mal

Impaciente em razão,
Só, em minha indene espiritual
Pedi que a força da maleza, num desejo do querer,
Trouxesse a figura real
Eis portanto, que tenaz seu silvo urge, e em meu peito se confunde
O choque que ei de levar.
Bicho imenso, dentes e músculos
Num galope que usurpa, no umbral a revelar
Filho fantasma negrito a urdir
Seio da noite fria em turvo
Prata uivo e luar

Fui eu na floresta,então
Transformando vento em sentido
Provocando o coisa ruim
Nos cegos galopes distantes
Pulsantes dentro de mim
Perecendo no lascivo
Encontro provocativo
Atingindo-me, Enfim,
De torpe em supetão
Golpeando forte meu peito

Com o peito de outro cão

Santa Maria 2014